SHIRODHARA – Como relaxar profundamente!

Shirodhara

Falar de Shirodhara é provavelmente falar da terapia mais profunda utilizada pela Medicina Ayurvédica. Envolta em algum exotismo no Ocidente, quer pelo tipo de equipamentos necessários à sua realização, quer pela técnica da terapia em si, o Shirodhara é para quem o recebe uma autêntica bênção. O estado de relaxamento que esta terapia induz, permite descobrir em nós próprios algo que nos é natural e inerente, mas que na correria da vida do mundo atual está muitas vezes “esquecido”. Esta terapia reconduz-nos ao tão natural equilíbrio … e de uma forma maravilhosa. Por vezes basta até uma sessão para que isso aconteça, mas vai sempre depender da situação concreta de cada um. O Ayurveda considera cada pessoa na sua individualidade e não a doença … esta é uma regra básica deste sistema de medicina tradicional indiano.

O Shirodhara é apenas um dos dhara’s utilizados pelo Ayurveda. Um dhara (fluxo) específico, realizado numa zona concreta do corpo – a cabeça (Shiro). É um procedimento terapêutico que consiste em derramar ininterruptamente um líquido na cabeça, mais precisamente na zona da testa duma forma continuada e ritmada. O líquido a utilizar, a sua temperatura e a duração, dependem da prakruti de quem recebe este tratamento e da sua condição atual, mas o seu resultado principal é o de pacificar o dosha Vata.

Convém termos presente que esta terapia pode ser feita com outras substâncias que não apenas óleos, embora no Ocidente seja o mais comum. Na Índia são usados óleos medicados, leite, água … dando origem a procedimentos como o Thakra Dhara e o Ksheera Dhara, por exemplo. Tudo depende de quem a recebe e da avaliação que for feita.

Qualquer tipo de corpo ayurvédico pode receber esta terapia e os seus benefícios gerais são os de contribuir para melhorar problemas de insónia, stress, fadiga mental, dores de cabeça, depressão, ansiedade, memória … Também existem contra-indicações, como por exemplo gravidez ou pressão baixa.

Como método preventivo o que é que cada um de nós pode esperar?

Mais uma vez, cada caso é um caso. Na minha experiência já fui confrontado com situações limite de sono profundo e de quem nem sequer conseguiu fechar os olhos e relaxar minimamente tal era a situação de desequilíbrio. Por vezes custa-nos entender, quando felizmente gozamos de perfeita saúde, que alguém tenha até dificuldade para algo aparentemente tão simples como deitar-se durante 30 minutos numa marquesa. No entanto, o “normal” é a pessoa sentir a respiração mais lenta, os músculos mais relaxados, calma, sonolência, relaxamento, despreocupação, leve sorriso 🙂 … estado meditativo.

Mas todos sem exceção vão ficar no final do tratamento com uma sensação de paz e bem-estar, uma vez que esta terapia é quase um processo de meditação, daí ser designada também como uma “massagem profunda da alma”.

A terapia Shirodhara requer alguns cuidados especiais por parte de quem a recebe no período que se lhe segue, aliás como acontece com todas as terapias da Medicina Ayurvédica. Basicamente tudo o que possa estimular os nossos sentidos em demasia sejam eles externos ou internos, como excesso de luz solar, vento, ruídos, falar demasiado, ver televisão … E nunca esquecer que o Ayurveda é uma abordagem integral, pelo que sendo obviamente benéfico o recurso aos seus inúmeros procedimentos terapêuticos é fundamental refletirmos sobre os nossos hábitos, quer alimentares, quer de rotinas de vida, entre outros, adequando-os à nossa natureza ayurvédica.

Uma última nota. Quem recebe esta terapia deita-se de costas vestido, numa marquesa específica a que se dá o nome de droni ou dharapati, sendo coberto por uma manta. Por cima da sua cabeça é colocado um pote com um pavio apontado ao centro da testa. Este pote está suspenso num pedestal adequado. O formato específico da marquesa vai fazer com que o líquido derramado na testa escorra pelo couro cabeludo para a zona da cabeceira da marquesa, que está “separada” do resto e daí escorra por um orifício. Os olhos são tapados e/ou colocado um pano na zona das sobrancelhas para evitar que o líquido escorra para os olhos durante o processo … e pode então dar-se início à “viagem”!

 

Sinta-se convidado a experimentar esta terapia e presenteie-se com a tranquilidade que ela lhe pode proporcionar…

 

Namasté

 

Jaime Nunes

 

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Dúvidas … respondendo a um mail!

Respondendo a um mail ...

Tem sido difícil falar sobre Ayurveda … falta de inspiração, não saber o que dizer de entre o vasto leque de assuntos, preguiça, falta de tempo … enfim muitos são os motivos.
Felizmente uma amiga enviou-me um mail colocando-me algumas “dúvidas”. Porque penso que elas poderão ser também a de muitos outros decidi colocar aqui a resposta que lhe dei.
Na sequência de um workshop que fiz sobre “Noções básicas de Ayurveda” ela fez o teste dos doshas que lhe disponibilizei … entretanto e depois de ler alguns dos meus posts aqui e no Facebook e sentindo a necessidade de aplicar no seu momento presente alguns dos ensinamentos do Ayurveda deparou-se com algumas dúvidas que passo a enunciar: fez um novo teste que consultou na net e o resultado deu diferente do primeiro; para o “novo” resultado as restrições alimentares incidiam sobre alimentos de que ela gosta bastante … mas por outro lado as mãos e os pés têm estado secos e sente necessidade de usar óleos; pensa que a meditação lhe seria útil, mas se calhar é mais fácil começar pela alimentação que quer melhorar …
A minha resposta no dia 2 de Outubro foi a seguinte:

“… Bom … muitas coisas. Vamos por partes começando pelo início.

Teste dos doshas.

Se tiveste resultados “diferentes” convém repetir o teste e de preferência com a ajuda dos teus pais, do teu irmão, do teu marido … A razão tem a ver com a “veracidade” das respostas. Não significa que estejas a responder errado deliberadamente, mas há perguntas em que podemos ter a tendência para não admitir que de facto “somos” de determinada forma (principalmente as que se prendem com aspetos psicológico/comportamentais). Por outro lado podemos ter desequilíbrios já enraizados que nos impedem de perceber a nossa verdadeira natureza ayurvédica. Vou-te dar um exemplo: pergunta 10 do teste para Vata (“Fico frequentemente ansioso e preocupado”). Imagina que alguém está na seguinte situação e para agravar há algum tempo: desempregada e com dificuldades financeiras, a relação com o cônjuge atravessa alguma turbulência, os filhos têm resultados escolares negativos, a mãe está com problemas de saúde graves … entretanto a irmã também ficou desempregada … Bem podíamos acrescentar mais uma série de situações que iriam levar o kapha mais empedernido a dar nota máxima (6) a esta pergunta, quando esta é uma característica típica de um Vata.
O que é que precisamos fazer: devemos analisar como nos comportamos ao longo de toda a nossa vida e principalmente nos primeiros anos. Ou seja, somos pessoas ansiosas e preocupadas naturalmente? Esta é uma característica do nosso comportamento independentemente da conjuntura em que nos encontramos? … Somos “preocupadinhos” mesmo com situações pequenas e que para outras pessoas não seriam minimamente preocupantes? Por outro lado, imagina que começaste à 6, 9 ou 12 meses a praticar Yoga, a fazer meditação regularmente, a encarar a vida “filosoficamente” numa perspetiva “diferente”. Num quadro como o anterior, mesmo que a pessoa seja Vata (o que a levaria a responder afirmativamente à pergunta, com maior ou menor grau (3 a 6 p.ex.)) ela não deve responder influenciada por este aspeto novo na sua vida. A pessoa não deixou de ser ansiosa e preocupada naturalmente (ou ayurvedicamente se quiseres), apenas passou a gerir, a lidar doutra forma com situações stressantes!
Espero ter sido claro. Responder ao teste dos doshas não é fácil. Implica que o façamos com um grau elevado de consciência quanto às nossas características físicas (estas são obviamente mais fáceis de responder) e psicológicas. Por isso é aconselhável que o façamos sozinhos e depois com o “auxílio” de pessoas que nos conheçam bem e que não tenham uma visão “deturpada” daquilo que nós somos realmente. Outro aspeto que ajuda é fazer o teste passado uns meses e comparar com as respostas anteriores. Isso ajuda a percebermos se estamos verdadeiramente conscientes da nossa natureza ou se as nossas respostas foram de algum modo influenciadas por situações conjunturais que não nos definem verdadeiramente.
Ter um resultado conclusivo e verdadeiro no teste dos doshas é fundamental para tudo o que vem a seguir se quisermos aplicar na nossa vida os princípios ayurvédicos como é óbvio e tu própria referes ao falar dos alimentos que são aconselhados e dos que se devem evitar ou mesmo eliminar.
Mas é também muito importante ter em atenção o seguinte: o teste dos doshas feito como eu te disse vai dizer qual é a nossa natureza ayurvédica (prakruti) quando estamos em equilíbrio. É a nossa natureza de nascença, imutável, que nos acompanha por toda a nossa vida … até ao dia final. Outra coisa tão ou mais importante é o nosso estado atual (vikruti). Se ele coincidir com a prakruti tudo perfeito, estamos em equilíbrio (situação rara nos tempos que correm, em que tantas influências internas e externas contribuem para que nos desequilibremos com maior ou menor gravidade), caso contrário todos os conselhos ayurvédicos têm de ter esta situação em consideração. Imagina o seguinte. O teste diz que tu és Pitta-Kapha, ou seja tens características destes dois doshas com proporções que são sempre particulares. Podes ter tido um resultado em que a situação é quase de indiferença ou em que Pitta predomina claramente seguindo-se Kapha e em que Vata (atenção que o terceiro dosha está sempre presente também!) tem um peso residual. Se o teu quadro de vida for do tipo que eu dei como exemplo e eventualmente ainda mais stressante, porque não cumpres os horários das refeições, vais para a cama tarde e a más horas, uns dias levantas-te cedo outros tarde, acordas de noite e levantas-te para fazer coisas … o tempo arrefeceu e ficou ventoso, comes só alimentos secos praticamente, etc. etc., isto vai fazer com que o teu dosha Vata fique exacerbado, aumente, podendo se isto se mantiver por muito tempo provocar-te um desequilíbrio de Vata e deste modo alterar a tua proporção natural dos doshas. Dito de outro modo tu és Pitta-Kapha (prakruti), mas HOJE podes estar Vata-Pitta por exemplo (vikruti). As implicações disto são grandes porque aquilo que seria desaconselhável por teres o dosha Kapha a predominar na tua prakruti, pode passar a ser temporariamente aconselhável. Um exemplo: combater este excesso de secura com óleos, quer interna, quer externamente e com alimentos mais cozinhados, menos secos (legumes cozinhados em vez de saladas frescas por ex.).

O que fazer então? Tens de ter a certeza da tua prakruti e de quais os desequilíbrios por que estás a passar. Quando dizes que tens os pés e as mãos secos (características de Vata) e o teste diz que és Pitta-Kapha, deves olear estas zonas (óleo de sésamo por exemplo) mas com cuidado para não aumentar Kapha demasiado …

Quanto à alimentação, aquilo que eu aconselho sempre é que esta deve ser a nossa primeira “preocupação” ayurvédica. Os alimentos são a base de tudo. No entanto o “resto” também é muito importante (como yoga e meditação e outras rotinas que o Ayurveda aconselha a seguirmos). Como decidir? Em consciência! Nunca devemos fazer nada contrariados, em esforço, em sofrimento, porque alguém diz que devemos fazer, com preocupações que não sejam apenas e só a de conscientemente nos respeitarmos. Para isso precisamos conhecer-nos ayurvedicamente (teste e/ou consulta ayurvédica) e saber aquilo que nos prejudica ou favorece (alimentos e rotinas). Também não nos devemos penalizar e cobrar por eventuais “recaídas” alimentares ou outras. Não podemos esquecer que poderão ser muitos anos de “outros” hábitos e será expectável termos “desejos” por determinados alimentos desaconselhados por exemplo, ou então aquilo que pensávamos estar já enraizado nos nossos novos hábitos de vida (levantar cedo, horários regulares, deitar cedo, prática matinal de yoga, etc.), pode em determinadas alturas não ser possível … Sem stress, conscientemente, as coisas regressarão ao “novo normal”. Para isso temos de estar muito conscientes de que não se trata de uma moda passageira, algo engraçado que vamos experimentar para ver no que dá e cobrar resultados rápidos! Viver ayurvedicamente é uma nova forma de nos encararmos e encarar o mundo que nos rodeia, mundo esse que pode não estar preparado para as nossas mudanças e que poderá funcionar como travão pontualmente. Também temos de respeitar isso e perceber que até há bem pouco tempo nós próprios vivíamos dessa forma. Também aqui pode não ser fácil … EQUILÍBRIO é sempre a palavra-chave para o Ayurveda.

Quanto aos alimentos digo sempre o mesmo, para começar … e só depois preocuparmo-nos com os alimentos “para os doshas” (a não ser em casos patológicos mais ou menos graves como é óbvio):

– Comer natural;
– Comer com consciência (perceber que o alimento é algo para o qual muitos contribuíram, semeando, colhendo, preparando … deve portanto ter o nosso respeito, quase devoção religiosa);
– Ter horários certos para as refeições;
– Principal refeição: almoço;
– Comer apenas quando temos fome e nunca quando temos sede;
– Evitar ao máximo alimentos e bebidas geladas (principalmente às refeições);
– Ter cuidado com os alimentos incompatíveis (por ex. fruta e leite);
– Acompanhar as refeições com água, tomando pequenos goles;
– Evitar bebidas alcoólicas e em alguns casos carnes vermelhas e de porco; privilegiar carnes brancas criadas em ambientes naturais (preferível caça);
– Introduzir especiarias e ervas aromáticas nas refeições;
– Ter em atenção a estação do ano vs. alimentos;
– Desintoxicar antes das mudanças de estação;
– Etc. etc. etc…

Bom, isto já parece um post 🙂 (se calhar vai ser mesmo, depois de o ler e retificar porque estou a escrever ao correr da pena como se diz …) …”.

E assim se tornou num post mesmo e sem qualquer retificação … para o bem e para o mal.
Uma breve nota: os doshas também são influenciados pela estação do ano, pelo ciclo horário diurno e pela idade de cada um de nós (desequilíbrios naturais), pelo que estes aspetos também têm de ser considerados numa avaliação ayurvédica.
Espero que isto possa ajudar a pelo menos refletirmos sobre alguns aspetos da nossa vida, e não sendo obviamente a minha resposta final a esta minha amiga até porque não nos devemos ficar apenas pelo teste e porque aspetos mais particulares têm de ser tidos em conta, a resposta “genérica” aqui fica.

Namasté

Jaime Nunes

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Índia … Momentos

India ... 2010ALGUNS MOMENTOS NA ÍNDIA …

A Índia tem do meu ponto de vista a capacidade de mexer com todos os nossos sentidos duma forma exacerbada. Sons, cheiros, imagens, sabores, texturas … invadem-nos e suscitam da nossa parte as mais variadas reacções.
Não ter expectativas, sejam elas mais ou menos “românticas”, bem como preconceitos, ajudam a melhor vivenciar o que este enorme e diversificado país nos oferece.
A Índia é um teste constante …
Hoje … vieram-me à memória … as cores das frutas e das especiarias nas ruas e mercados, nos vestidos das mulheres indianas, o festival das cores (holi), a cor das águas da sagrada mãe Ganges, a “Pink City” em Jaipur … Os ruídos das buzinas, os cânticos nos templos, o silêncio junto ao Ganges em Rishkesh, os fogos de artifício dos milhares de casamentos em Jaipur … O templo de lótus em Delhi, os palácios de Jaipur, o maravilhoso chai, as masalas, o “no spyci please” … A religiosidade, o Kumbha Mela 2010 em Haridwar, os templos, os ashram, os sadhus, Ganesh … As viagens indescritíveis de autorikshaw, os animais … as pessoas, a sua curiosidade e como gostam de ser fotografados e de ser fotografados connosco, a simpatia de um convite para assistir a um musical clássico numa escola … onde a principal atracção fomos nós, os homens indianos de mãos dadas, comer com a mão direita, beber sem tocar com os lábios no copo ou na garrafa, a mendicidade … e o Ferrari em Delhi, as casas de banho e o papel higiénico, os jornais que “tudo” embrulham, as vacas nas ruas, o trânsito caótico, as massagens, os barbeiros, o artesanato, a loja dos produtos ayurvédicos da “Himalaya” em Ajmer Road, a comida de rua, o maravilhoso sumo de romã nas ruas de Delhi, … o lixo, a poluição, os excrementos dos animais nas ruas, os aromas dos incensos, as flores, … o NAMASTÉ …

A Índia é tudo isto … e muito, muito mais!

Namasté _/\_

Jaime Nunes
CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS

Nota: Excerto do texto que escrevi no perfil “Terapias Indianas” do Facebook em 20 de Maio de 2012 …

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MASSAGEM PADABHYANGA

Padabhyanga

Falar de um estilo de vida ayurvédico é necessariamente falar, também, de massagens. Existe até a ideia vincada em algumas pessoas de que Ayurveda é o mesmo que “massagem ayurvédica”, e por aí se fica. É importante que fique bem presente em cada um de nós que essa ideia está errada, por ser redutora.

Já escrevi aqui neste espaço, no postAYURVEDA”, que para vivermos ayurvédicamente é necessário respeitar um conjunto de rotinas, que tenham em consideração a nossa prakruti e também um eventual estado de desequilíbrio (vikruti) que possamos ter. O Ayurveda fala basicamente de dois grandes grupos de rotinas, as diárias (Dinacharya) e as sazonais (Ritucharya). É precisamente dentro das rotinas diárias, que a massagem surge como um instrumento fundamental deste sistema de saúde, quer na perspectiva de manutenção/prevenção, quer como curativa.

Falando um pouco por mim, tenho de confessar que a massagem não fazia parte dos meus hábitos até há muitos anos atrás. Acredito que mais complicado possa ser, pensar nesta rotina como auto-massagem diária. Acontece que para o Ayurveda, quer a auto-massagem Abhyanga (preferencialmente nas rotinas matinais antes do banho diário), quer a auto-massagem Padabhyanga (antes de deitar, dando especial atenção à sola dos pés), são instrumentos poderosíssimos para a manutenção da nossa saúde em geral, para além dos seus benefícios particulares específicos.

Muitas vezes as pessoas dizem-me que não gostam de “rotinas”/obrigações, que não têm tempo (“isso tudo é muito bonito … mas”), etc. etc. O que de facto acontece é que todos nós somos, tenhamos ou não consciência disso, animais de hábitos e a questão que nos devemos colocar e ponderar, é até que ponto os nossos hábitos nos retiram ou adicionam saúde e não apenas se eles nos agradam ou desagradam. Aliás receber uma massagem (tal como fazê-la a si próprio) não será um hábito muito complicado/desagradável de introduzir nas nossas vidas. Acreditem que o Ayurveda tem outros conselhos bem mais “complicados” para nós Ocidentais. Aliás, quem não gosta de receber uma massagem? Mas como em tudo na vida só experimentando ;)!

 

Mas afinal em que consiste a massagem Padabhyanga, a quem se destina e que fins visa?

A massagem Padabhyanga ou massagem ayurvédica aos pés, mais não é do que uma massagem Abhyanga localizada. Pada (pé), Abhyanga (“oleação”). Então esta massagem consiste numa oleação dos pés (e pernas), podendo ser realizada pelo próprio ou por outra pessoa.

Esta massagem equilibra os três doshas (Vata, Pitta e Kapha), mas com especial impacto no “dosha Vata”, com tudo o que isso significa para o Ayurveda. Aumenta ojas, a nossa energia vital, logo é promotora de longevidade saudável.

Como todas as massagens em que se utilizam óleos, contribui para a melhoria neste caso de problemas de pés secos e fortalecimento das pernas. Benéfica para problemas respiratórios e digestivos (pelo aumento do fogo digestivo – agni). Contribui para melhorias em casos de problemas de visão e audição. Ajuda na prevenção da dor ciática e cãibras … Um auxiliar importantíssimo nos casos de stress, fadiga, ansiedade, neuroses, insónia ou distúrbios do sono (experimente fazer esta massagem antes de se deitar – cedo de acordo com o Ayurveda!, ou peça a “alguém” que lha faça, e de seguida experimente a postura de yoga, shavasana)  … Mas o seu principal benefício, se podemos escolher algum, é o de ter um impacto significativo na melhoria da qualidade do sono e … no relaxamento físico e mental!

Os seus benefícios serão aumentados se o óleo que utilizarmos for o adequado à nossa natureza ayurvédica (prakruti). Genericamente o que precisamos fazer é ter em atenção as características de cada um dos doshas e utilizar um óleo que nos seja benéfico e não que seja um potencial causador de algum desequilíbrio pelo reforço dessas características. Daí que genericamente se utilize no Ocidente o óleo de sésamo (gergelim no Brasil) para a prakruti em que Vata predomina, óleo de coco para Pitta e óleo de mostarda para kapha. Outros óleos podem obviamente ser usados, mas estes são incontroversos … e muita atenção utilizar apenas óleos vegetais prensados a frio (Ayurveda é NATURAL!). Podemos também “melhorar” a massagem acrescentando umas gotas de óleos essenciais. Um aspecto importante tem a ver com a temperatura do óleo, que deve ser mais quente (aquecer em banho Maria) para Vata e Kapha e mais “fresco” para Pitta (que já tem “calor” natural que chegue!). Bom, outras recomendações poderiam ser consideradas …

 

Uma nota final. Qualquer massagem do sistema ayurvédico, tem como principal objectivo NUTRIR. Nutrir através da pele os sete tecidos do nosso corpo (dhatus). Daí que a abordagem aqui seja diferente da da massoterapia, porque como já vimos atrás estamos na presença de um instrumento terapêutico com as suas próprias especificidades, que visa acima de tudo a eliminação das toxinas (ama em sânscrito) do nosso corpo.

 

Fica então o desafio: Torne-se mais saudável, aproveitando os benefícios da massagem Padabhyanga. Faça-a a si próprio, faça uma marcação … peça a esse tal “alguém” que lha faça (como acontece na Índia em que a cultura da massagem está tão enraizada e os filhos fazem aos pais, os pais aos filhos, os esposos entre si …). Não esqueça, massajar os pés significa tonificar, vitalizar todo o nosso corpo!

 

Namasté

 

Jaime

 

Contacto para marcações no CTI (CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS):

ayurvedaindiaportugal@gmail.com

 

ABHYANGA

Abhyanga

Vou reproduzir aqui um texto que coloquei na página do CTI no Facebook em 17 de Julho de 2012.

Abhyanga ou abhyangam é uma palavra sânscrita, que se “traduz” normalmente como aplicação de óleo por todo o corpo.

Trata-se de uma massagem em que a quantidade de óleo usada é substancialmente maior do que em qualquer outra massagem. A razão para tal, prende-se com o facto de esta ser uma prática que tem como objectivo nutrir (através de óleos específicos) a pele e através dela o corpo em cada um dos seus componentes, para que as toxinas (ama em sânscrito), sejam eliminadas. A pele é o nosso maior órgão e a Medicina Ayurvédica serve-se deste procedimento para “medicar através da pele”. Quem está já familiarizado com este sistema sabe que em Ayurveda não se utiliza nada que não seja natural. Existe aliás uma conhecida expressão que diz “não colocar na pele nada que não se possa colocar na boca”.

Esta massagem é uma das mais conhecidas no Ocidente, de entre as inúmeras terapias que a Medicina Ayurvédica utiliza, quer com o objectivo da prevenção, quer da cura de determinadas doenças.

Uma vez mais, para se receber esta massagem é necessário o conhecimento prévio da prakruti e, não menos importante, eventuais desequilíbrios que possam existir e deste modo condicionar ou mesmo impedir a sua realização. Qualquer tipo de corpo pode receber esta massagem (Vata, Pitta, Kapha e suas combinações), mas ela ser-lhe-á adequada em ritmo, temperatura do óleo, tipo de óleo, etc.

Sendo uma terapia utilizada por um sistema médico, não significa, bem pelo contrário, que não deva ser utilizada como método preventivo em pessoas “saudáveis”. A prevenção é, como se sabe, o foco principal deste sistema. O Ayurveda aliás aconselha a que esta massagem faça parte das nossas rotinas diárias (obviamente com técnica e duração diferentes), como auto-massagem, a par das rotinas alimentares e outras.

Uma nota final: esta massagem pode ser aplicada pelo próprio (auto-massagem), por um praticante, dois ou mais (na Índia não é invulgar ter 4 terapeutas em simultâneo a realizar esta massagem). Devido à grande quantidade de óleo utilizada, requer-se para a sua aplicação uma mesa de massagem apropriada (droni). Para que os seus efeitos sejam máximos é importante respeitar as indicações pós-massagem.

Os seus benefícios são inúmeros … só lhe resta experimentar e comprová-los!

 

Namasté

GHEE (घृत)

2. Ghee caseiro 1

Mais um “palavrão”!

Mas afinal o que é o ghee e para que serve? É esse o objetivo deste post.
Antes de mais lê-se “gui” e é o resultado de um processo que se inicia com manteiga e “termina” num óleo dourado e transparente.

O meu contacto com o ghee deu-se através do Ayurveda à uns anos atrás e de uma pequena odisseia para o conseguir encontrar na cidade do Porto … infrutífera diga-se, porque não o consegui encontrar. Aliás ninguém sabia do que se tratava nos inúmeros locais que visitamos. Aquilo que começou por ser uma dificuldade … transformou-se numa oportunidade. Se não o encontramos, vamos ter de fazer o nosso próprio ghee, e assim foi o que se tornou um hábito desde aí, apesar de entretanto o ter encontrado à venda em Lisboa.
Antes de irmos para a receita, convém falarmos um pouco sobre o ghee. De utilização generalizada na culinária indiana e como óleo para acender as lamparinas dos muitos rituais de oferendas (poojas) a sua importância não se encerra aqui. Quem segue um “estilo de vida ayurvédico” sabe o quanto ele é importante quer usado internamente quer externamente, como preventivo ou curativo, sendo benéfico para todos os doshas em diferentes “medidas” como seria de esperar quando falamos deste sistema de saúde.

Para quê e porquê utilizar o ghee?

Segundo o Ayurveda pelas seguintes razões (outras mais se poderiam elencar):

• Benéfico para a saúde, do corpo, da mente e do espírito;
• Rejuvenesce e promove a longevidade, ou seja, é um rasayana;
• Equilibra todos os doshas (Vata, Pitta e Kapha);
• Melhora o agni (fogo digestivo);
• Aumenta ojas, ou seja, o que sustenta a nossa saúde, vitalidade, imunidade … a vida!;
• Levemente laxativo;
• Reduz a acidez estomacal;
• Tónico cerebral;
• Trata queimaduras (ghee medicado ou ghritam);
• Excelente para massagens, principalmente para peles secas e sensíveis;
• Utilizado em diversas terapias da medicina ayurvédica como a Akshi Tarpana e o Nasyam;
• Na nutrição ayurvédica (não confundir com a culinária indiana);
• …

E na culinária?

• Porque se trata de uma gordura saudável;
• Realça o sabor dos temperos e especiarias …

Vamos agora à receita.
É muito fácil fazer o ghee! Precisamos de um único ingrediente (manteiga sem sal de preferência orgânica) e … muita atenção e paciência na sua preparação. Quem normalmente não a tiver pode ver isto como um bom exercício 🙂
Começamos com manteiga … e no final temos o ghee.

2. Ghee Caseiro 2

Pelo meio temos um processo que consiste em clarificar a manteiga, daí que também se chame ao ghee manteiga clarificada. No fundo o que vamos fazer é separar a manteiga em três partes: o óleo (ghee), a água que se evapora e os resíduos do leite (“impurezas”).

Clarificação da manteiga:

0. Preparar o ingrediente (manteiga sem sal) e os utensílios necessários (tacho, escumadeira, coador, recipiente em vidro ou aço, frascos com tampa para armazenar o ghee);

1. Colocar a quantidade desejada de manteiga (2, 3 … 6 pacotes de 250 gramas) no tacho, que deverá ficar a ½ da sua capacidade; aquecer com fogo médio/alto até que a manteiga se derreta completamente. Durante este processo pode-se mexer com uma colher a manteiga;

2. Ghee Caseiro 32. Ghee Caseiro 4

 

 

 

 

 

 

2. Assim que a manteiga estiver derretida reduzir imediatamente o fogo para o mínimo. Nesta altura já uma espuma branca se foi formando cobrindo toda a superfície do tacho;

2. Ghee Caseiro 52. Ghee Caseiro 6

 

 

 

 

 

 

3. Cuidadosamente e sem mexer o óleo ir retirando com uma escumadeira a espuma que se vai formando;

2. Ghee Caseiro 7

 

 

 

 

 

 

 

 

4. Aos poucos o óleo vai ficando cada vez mais translúcido e dourado permitindo ver nitidamente o fundo do tacho e os resíduos que aí se acumularam e depositaram. Este é o momento mais delicado porque é preciso evitar que o ghee se queime;

2. Ghee Caseiro 8

 

 

 

 

 

 

 

 

5. Quando a espuma à superfície praticamente não existir e o líquido estiver dourado e transparente e no fundo os resíduos tiverem uma cor branca/amarelada (evitar que fique acastanhada, sinal de que teremos de repetir o processo porque desta vez não vamos ter ghee!) é hora de desligar o fogão;

2. Ghee Caseiro 9

 

 

 

 

 

 

 

 

6. Com cuidado e lentamente, para não misturarmos o óleo com os sedimentos que ficaram no fundo, verter o óleo do tacho usando um coador, para um recipiente onde o ghee ficará até arrefecer. O coador tem como função impedir que as impurezas se misturem com o óleo;

2. Ghee Caseiro 10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7. Quando estiver frio, mas ainda líquido, passar o ghee para os frascos de vidro;

2. Ghee Caseiro 11

 

 

 

 

 

 

 

 

8. O ghee irá solidificar com maior ou menor rapidez dependendo da temperatura ambiente (no final ficará com uma cor amarelo claro). Assim que o ghee estiver sólido tapar os frascos e guardá-los num local fresco, escuro e seco (a despensa será o local ideal) … e está pronto para ser utilizado.

2. Ghee Caseiro 12

 

 

 

 

 

 

 

 

Algumas notas finais:

• O tempo de clarificação da manteiga vai depender obviamente da quantidade que utilizarmos, do tipo de fogão e da manteiga ter mais ou menos água e impurezas. A título meramente indicativo, no meu caso para cerca de 1,25 kg a 1,5 kg de manteiga é necessário pelo menos uma hora;
• O ghee pode ser guardado até cerca de seis meses a um ano fora do frigorífico sem qualquer problema;
• Durante o processo as “perdas” são de pelo menos 25%: 200 gr de manteiga, 150 gr de ghee;
• Com temperaturas acima dos 25º o ghee começa a derreter e a “regressar” ao estado de óleo;
• O ghee pode ser guardado durante anos desde que todo o processo tenha sido perfeito. Tal como o Vinho do Porto, quanto mais velho melhor, sendo que o seu potencial curativo aumenta enormemente. No entanto este ghee com 10, 20, 50 ou mesmo 100 anos não pode ser usado para fins culinários. Cuidado, porque aqui estamos no campo curativo do Ayurveda;
• Constituições (prakruti) predominantemente Kapha devem consumir o ghee com muita moderação, porque “óleo” já têm q.b. Do mesmo modo situações patológicas em que o consumo de gorduras (porque duma gordura se trata quando falamos do ghee) tenha sido desaconselhado ou reduzido devem ser tomadas em consideração.

Tal como para mim o ghee se tornou um bom hábito, a par de outros hábitos de vida ayurvédicos tão ou mais importantes, que ele possa ser benéfico para quem por aqui passou e teve a paciência de ler este texto e melhor ainda “aventurar-se” na preparação deste néctar da saúde.

Namasté

Jaime Nunes
CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS

Contactos para workshops e consultoria individualizada na página do Facebook (CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS), ou pelo mail ayurvedaindiaportugal@gmail.com

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AYUR … QUÊ?

A primeira pergunta que me fazem é invariavelmente “Ayur… quê?”.

Não faz muitos anos que também eu não fazia a mínima ideia do que era o Ayurveda! Ainda hoje tratando-se de algo “simples”, encerra simultaneamente muito de complexidade.

Vamos tentar explicar o que significa o Ayurveda, começando pelo termo em si. Ayurveda é uma palavra sânscrita (antiga língua clássica da Índia, comparável ao latim e ao grego na Europa), formada por duas outras – ayus (vida, longevidade) e veda (conhecimento, sabedoria, ciência). Ayurveda significa, então, o “conhecimento da vida”. O Ayurveda não faz por menos, propondo-nos através da prática dos seus ensinamentos, o acesso a este conhecimento.

E de que nos serve esta sabedoria? Qual o objectivo do Ayurveda?

Basicamente trata-se de PREVENIR as doenças numa pessoa saudável e CURAR as que não o são. Prevenção e Cura, são as palavras-chave e remetem-nos para aquilo que cada um de nós pode fazer, para tentar ser o mais saudável possível (prevenção), e se e quando a doença se instalar, tratá-la através de uma série de procedimentos característicos deste sistema. Estamos então neste último caso, perante um sistema de medicina, o mais antigo de que existe registo, que adopta uma abordagem integral ou holística do ser humano, ou seja, nas suas componentes física, mental e espiritual/consciência.

No meu entendimento, o Ayurveda serve para nos ajudar a não perder a saúde e depois correr atrás para tentar recuperá-la. Como se consegue isto? Através do respeito pela nossa natureza básica individual (prakruti), seguindo um estilo de vida saudável em termos alimentares, rotinas diárias e sazonais específicas, exercício físico, etc.

Ficamos por agora numa pequena abordagem da parte “simples” do Ayurveda, que está ao alcance de todos nós implementar nas nossas vidas, e que mais não é do que a busca de um equilíbrio que visa a manutenção da saúde.

Como obter então o desejado equilíbrio, porta de entrada para uma vida longa e saudável?

Antes de tudo, convém ter presente que esta promessa do Ayurveda não deve ser entendida como algo milagroso, ou mais uma proposta assente em bases pouco sérias. O Ayurveda apela acima de tudo a nós próprios e aquilo que nós podemos e devemos fazer pelo nosso bem-estar. Como sistema essencialmente preventivo, remete-nos para uma filosofia de vida a ser adotada, para deste modo evitarmos os desequilíbrios causadores das doenças. Não podemos com honestidade dizer que seja um processo fácil, atendendo ao estilo de vida que normalmente levamos nas nossas sociedades… mas não é impossível, porque depende apenas da nossa vontade.

Que equilíbrio é então este de que fala o Ayurveda?

Para responder a esta pergunta é necessário introduzir alguns conceitos, que são específicos e exclusivos do sistema ayurvédico. Desde logo os doshas, que são três: Vata, Pitta e Kapha. Cada um de nós nasce com uma determinada constituição ou natureza individual (prakruti), em que um ou mais doshas são predominantes. Manter o equilíbrio, e portanto a saúde, é respeitar esta nossa natureza única e imutável. É precisamente quando não o fazemos, que surgem as doenças, em resultado deste desequilíbrio dos doshas. Em conclusão, é fundamental cada um de nós conhecer qual ou quais os doshas predominantes e desta forma viver em harmonia com a nossa natureza e com a Natureza externa que nos influencia. Este é o segredo da saúde para o Ayurveda.

E como se consegue tudo isto?

Primeiro através do conhecimento da nossa prakruti. Tal pode ser feito através de um diagnóstico efectuado por um médico ayurvédico (Vaidya). Como no Ocidente não é sempre fácil de o conseguir, podemos em alternativa recorrer a um questionário que nos irá dar esta resposta. Conhecida a nossa constituição individual, entramos no domínio das rotinas (diária e sazonal) que o Ayurveda aconselha a respeitarmos em função da nossa prakruti. Estas rotinas abarcam: alimentação, estilo de vida, meditação, yoga, massagem…

Em suma, nós somos uma consequência daquilo que fazemos e também daquilo que pensamos!

Namasté

Jaime Nunes
CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS

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AYURVEDA (आयुर्वेद)

Ayurveda

Falar de Ayurveda é falar de panchamahabootas, prakruti, vikruti, doshas (Vata, Pitta e Kapha), dhatus, agni, malas, ojas … srotas, gunas, rasa … rasayanas … dinacharya, ritucharya … panchakarma … Dhanwantari … etc. etc.
Estes termos sânscritos remetem-nos para um conhecimento milenar com origem onde se situa atualmente a Índia. Estas palavras e mais do que isso os conceitos que lhes estão associados, para quem nunca teve contacto com o Ayurveda, soam obviamente a algo de muito estranho. Que isto não assuste, nem afaste quem passando por aqui tenha ficado curioso com este assunto. O objetivo é que este seja também um espaço de esclarecimento!
Para introduzir os iniciantes um pouco neste assunto vou reproduzir aqui uma nota que coloquei na página do Centro de Terapias Indianas no Facebook. Espero que possa ser útil.

Namasté

Jaime Nunes
CENTRO DE TERAPIAS INDIANAS

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Sejam bem-vindos!

“Ayurvedalizando” é uma proposta de reflexão sobre o Ayurveda, enquanto prática de vida.
Que o “conhecimento da vida” (Ayurveda) fique ao alcance de cada um de nós …
Vamos então ayurvedalizar em conjunto?

Namasté

Jaime Nunes

Ayurvedāntica

vedānta ayurveda e psicologia

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